Solidão
Irei bater-lhe à porta; e se não me abrir,
repetirei o abecedário das suas mãos, deixando
em cada um dos dedos a cor das vogais que
os seus lábios me ensinaram.
Falar-lhe-ei ao ouvido; e se não me ouvir
farei com que este segredo lhe escorra pelos
ombros, como a lágrima obscura da lua
que ilumina o seu rosto.
Mostrar-lhe-ei o caminho; e se não o vir,
fá-lo-ei sozinho, ouvindo os seus passos atrás
de mim, como se me seguisse, guiando-se
pelas vogais que espalhámos pelo campo.
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