A a Z

quarta-feira, junho 18, 2008

Ao espelho



E se neste outro rosto se adivinha,
se é ómega o alfa dos seus dedos
e princípio o fim que dele vinha,
se no que segreda diz os seus medos,
e só ela sabe aquilo que já esqueceu,
nenhuma noite cai na cortina do olhar,
nenhum sol se põe no dia que nasceu,
nem aves cantam na tarde a começar.
Um rosto apenas sem nada dizer,
lábios que sabem a boca que os procura,
silêncios fingindo a voz que perdura
quando outra voz parece emudecer.
E é nesse rosto que a vida recomeça,
é nessa voz que é feita de promessa.