Manhã
A mulher procura a flor que
nasce no meio das flores; mas não é a flor
habitual, com o caule e as pétalas,
nem com o perfume, das outras flores.
A mulher perdeu a imagem
da flor, e não sabe onde se encontra
a flor perfeita, com as cores
puras do amor, e o abrir matinal
em que a vida eclode.
Podia ser ela a flor, e
as folhas que os seus dedos separam
serem macias como a pele
do seu corpo, e os finos estames serem lisos
como os seus cabelos.
Mas o seu trabalho é procurar
a flor perfeita, como se ela não crescesse
no fundo dos seus olhos, quando os abre,
e o dia nasce no seu rosto.
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