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sexta-feira, dezembro 28, 2007

Tempo fluvial

Na fonte, a água da cisterna corre
como o tempo que te percorre. Entras
nessa água para respirar os instantes
que te faltam; e é como se um rio
parasse para que o atravesses, sabendo
o que te espera na outra margem. Então,
os teus pés descalços pisam as pedras
amaciadas pelos invernos; e sobes
até aos primeiros arbustos, para
descobrires que o rio voltou a correr,
e os teus instantes se desfizeram como
o pólen das vidas que por ti passaram.