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segunda-feira, dezembro 24, 2007

O que leio nos teus olhos


O que leio nos teus olhos:
o que um deus distraído escreve na linha
do horizonte, e passa para o outro lado
do verso;
um orvalho que escorre da folha
onde o poema nasce, e cai como lágrima
na terra fértil da inspiração;
um cair de pálpebras quando o sol
do amor se atravessa à tua frente, e o seu brilho
te ofusca;
e o espelho em que o amor se reflecte
quando o olhas de frente, e descobres nele
o teu rosto.