A a Z

sábado, julho 05, 2008

Leitura fria


Um diadema de sílabas
sobre o rosto, e a nua
enunciação das pálpebras. Abro
a página; e um jorro de estames
cobre as sílabas. Mas a dor consome
os dedos que percorrem
o livro. Uma voz
emerge de cada parágrafo,
soletrando o tempo. Assim,
é como se o silêncio se
substituísse às palavras, e
o corpo pousasse num chão
de versos. Por fim,
o vento do ser abranda
num estuário de emoções. E os olhos
avançam até ao fim do poema.