A a Z

quinta-feira, agosto 07, 2008

Memória

Nesta casa, um vale encheu a parede; e
nesta parede, cresceram árvores, o campo
tornou-se verde, e um rio avançou
por entre margens frescas, onde
me sentei contigo.

Mas quando abri a janela, a parede
voltou a ser parede, o vale foi substituído
pela rua, com gente e automóveis, e
o rio levou a tua imagem para
o fundo da cidade.

E voltei a fechar a janela, para que
a barca da sombra te trouxesse de volta,
como se os rios corressem para trás, ou
a parede não tivesse ficado branca,
com a luz reflectida no gesso.