As irmãs Wyndham
O pintor apanha-as de frente, e mete-as
na tela como um ramo de flores. Tiro-as
do quadro e levo-as para o jardim, por trás
da casa. Deito-as na terra; e elas soltam-se,
correndo pelo canteiro, como rosas ávidas
de abrir. Mas a chuva ensopa-lhes
os vestidos; e os seus rostos, por onde a água
escorre, vicejam numa ânsia de luz. Quando
o sol se liberta das nuvens, e as seca com
o calor do dia, posso colhê-las. A primeira,
a mais alta, afasta-se com o olhar; a que
está à direita, com a mão pousada num gesto
de incompleta súplica, suspira pelo outono; e
a do meio, a rosa mais branca, liberta-se
do ramo para que eu a leve até ao campo,
onde a primavera a fará florir.
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