A a Z

segunda-feira, agosto 28, 2006

Palavras


Pousei os livros na mesa para
ver o que os livros dizem; e
abri-os, como se abre a melancia, para
provar o que vem lá dentro,
com o sumo a escorrer por entre
sílabas e versos.

Mas o que me ficou nas mãos
foi a palavra única, a que juntei
o amarelo do limão
e a transparência da água; e espalhei
essa palavra no campo, para
que outras palavras nascessem
da sua música.

Na primavera, entrarei
nesse campo como se entra
num livro, descansando à sombra
das palavras que semeei.