A a Z

domingo, novembro 05, 2006

Correspondências (variante)

Entrei contigo na floresta dos símbolos;
colhi-os, um a um, dos ramos verdes,
e dei-tos para que os abrisses, e deles
tirasses a mais bela das imagens.

Puseste-os no regaço do sonho,
deixaste-os amadurecer como
abstractos diospiros, leste o futuro
na sua polpa de consoantes.

E quando chegou o inverno,
bebeste o sumo das suas vogais
na taça do poema, ouvindo

a música do vento que agitava
a floresta limpa de símbolos,
na clareira aberta pelo teu corpo.