Ninfa
Distraiu-se com o pássaro; e
deixou o fundo da água, onde
se deixou adormecer, para
olhar o campo e a vida natural
a que já não pertence. O calor
da tarde restitui-lhe um impulso
de respiração aos seios; e
as mãos encontram o caminho
da matéria, colando-se à dureza
da pedra. Um desejo antigo
percorre-lhe os braços, como
se alguém a esperasse para
um novo abraço. O pássaro,
porém, volta a voar, restituindo
ao céu o silêncio; e ela hesita,
como se pudesse sair da água,
e confundir-se com as flores
que enchem a terra fértil.
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