Natureza morta com paradoxos
Se tivesse um copo para encher,
dá-lo-ia ao verso que se estende pela sede de o beber.
Se tivesse uma faca para abrir a romã,
trocá-la-ia pela serpente que preferiu a maçã.
Se tivesse um vaso onde plantar as flores,
enchê-lo-ia com a terra que o céu vestiu com as suas cores.
Assim, poderia beber-se o poema
pelo copo do verso,
cortar a fruta
com a lâmina da serpente
e pisar o céu
à luz da terra.
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